GESTÃO DE PESSOAS

Cabeleireiro vira profissão reconhecida por lei

Rose Paz, ex-maquiadora da presidente Dilma, comemora a decisão: 'Teremos mais segurança e respeito' (Bruno Peres/CB/D.A Press)
Rose Paz, ex-maquiadora da presidente Dilma, comemora a decisão: "Teremos mais segurança e respeito"


A presidente Dilma Roussef sancionou, na última quinta-feira, a Lei nº 12.592, que regulamenta a profissão de cabeleireiro, barbeiros, esteticistas, manicures, pedicures, depiladores e maquiadores. No Distrito Federal, a nova norma beneficia 15 mil pessoas que exercem essas atividades. “Agora, teremos mais segurança e respeito”, comentou a maquiadora e designer de sobrancelhas Rose Paz, que há 23 anos presta esses serviços. Entre as muitas clientes, nas últimas eleições presidenciais, ela atendeu a então candidata petista passou pelas mãos de Rose. “Não vai demorar muito para as pessoas pesquisarem o registro de esteticista tanto quanto o de um engenheiro”, acrescentou.

Em Brasília, os salões empregam 15 mil profissionais. Entretanto, muitos estabelecimentos são abertos sem que donos e funcionários tenham qualificação. Segundo a presidente do Sindicato dos Salões de Barbeiro, Profissionais Autônomos na Área de Beleza e Institutos de Beleza do DF (Sincaab-DF), Elaine Furtado, pelo menos metade das pessoas que atuam na área não se profissionalizaram. “A partir de agora, depende de nós criar conselhos, como os de medicina, para normatizar a profissão.” Para ela, a lei é vaga, porém permite a discussão em torno dos critérios de formação a serem adotados, o que não é apenas uma questão legal. O sindicato tem recebido um número crescente de denúncias de clientes insatisfeitos com o serviço contratado. Alguns casos chegam à Justiça.

O funcionário mais antigo da Barbearia do Senado, Antônio Omar da Cunha, 70 anos, defende a lei desde a década de 1970. “Em 1994, o Congresso aprovou um projeto, mas o presidente Itamar Franco vetou. Eu ameacei cortar o topete”, lembra. Ele próprio aprendeu a profissão em Ituiutaba (MG), aos 13 anos, e hoje atende senadores, embaixadores outras autoridades, mas entende que a realidade é outra.

Ao mesmo tempo em que as exigências crescem, é difícil encontrar escolas. O Senac-DF é um dos poucos que oferecem cursos reconhecidos. “Temos cursos de 60 horas, como de aperfeiçoamento de corte e escova, a 400h, para cabeleireiro, sempre com mais de 100 matriculados”, afirma a gerente do Núcleo de Formação Inicial e Continuada do Senac, Lindomar Aparecida Silva.

Antônio Omar, o mais antigo barbeiro do Senado, defende a lei desde 1970
Antônio Omar, o mais antigo barbeiro do Senado, defende a lei desde 1970


O preço da negligência
Em fevereiro do ano passado, uma clínica, instalada na 315 Sul, foi condenada a indenizar em R$ 7 mil uma mulher que teve o cabelo totalmente danificado após fazer uma escova progressiva no estabelecimento. Segundo a cliente, a proprietária do salão não realizou teste prévio e, por isso, agiu de forma negligente. Ela teve de cortar completamente o cabelo e suportou situações constrangedoras devido ao incidente. A cliente recorreu à Justiça eme busca de indenização por danos morais. Na sentença, a juíza entendeu que o serviço prestado pelo salão de beleza não garantiu a segurança esperada. A magistrada se baseou em fotos entregues pela consumidora e reconhecidas pela proprietária do estabelecimento. De acordo com a juíza, as fotos mostraram que o cabelo da autora ficou realmente danificado. A proprietária da clínica também foi condenada a pagar R$ 287,50 por danos materiais à cliente, que precisou investir em outros procedimentos para amenizar a situação do cabelo.

Saiba mais
Rigor com a higiene
A Lei n° 12.592, de 18 de janeiro, partiu de um projeto elaborado em 2007 pelo então deputado federal Marcelo Teixeira. O texto original incluía dois artigos que exigiam o ensino fundamental, habilitação específica para a área ou pelo menos um ano de atuação e a possibilidade de revalidar diplomas expedidos no exterior. Depois de aprovados na Câmara Federal e no Senado, a presidente Dilma Rousseff vetou os trechos por serem incoerentes com o direito ao livre exercício de qualquer trabalho garantido pela Constituição. O texto aprovado define que os profissionais deverão obedecer às normas sanitárias, efetuando a esterilização de materiais e utensílios utilizados no atendimento a seus clientes. Além disso, institui 19 de janeiro como Dia Nacional do Cabeleireiro, Barbeiro, Esteticista, Manicure, Pedicure, Depilador e Maquiador.

Fonte: Correio Braziliense

FORMOL: Verdades e Mentiras


Os perigos do uso de formol na escova progressiva

Alisar e amaciar os cabelos é o sonho de toda mulher, que deseja estar sempre bela. Para alcançar esse objetivo as clientes não medem esforços, porém o sonho pode virar pesadelo. Por isso, todo cuidado é pouco para manter a beleza dos fios sem danificá-los.

Esta foi uma das razões que colocou a escova progressiva sob suspeita e contribuiu para que esse tratamento capilar fosse condenado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), por conter formol em concentrações elevadas, que associado com o calor do secador gera vapores de formol altamente penetrantes, causando danos à saúde.

Os profissionais cabeleireiros desconhecem o risco que estão correndo além da possibilidade de haver no salão pessoas com algum tipo de problema, como deficiência respiratória, hipersensibilidade ao formol, olhos que passaram recentemente por cirurgias etc., que poderão vir a sofrer graves conseqüências ao entrar em contato com esses vapores, inclusive um choque anafilático que pode levar à morte por asfixia.

O formol é tóxico quando ingerido, inalado ou quando entra em contato com a pele. Sob a forma de gás é mais perigoso e causa rapidamente irritação nos olhos. É considerado um agente potencialmente cancerígeno pela OMS (Organização Mundial da Saúde). A inalação pode causar dor de cabeça, tosse, falta de ar e vertigem, entre outros sintomas. Em contato com a pele, causa vermelhidão e sensação de dormência. Pode causar dor de garganta e visão embaçada.

A Anvisa regulamenta os produtos cosméticos com o único objetivo de proteger a saúde dos usuários, portanto, até que se prove o contrário, o formol em percentual elevado, acima de 0,2%, não deverá conseguir registro junto ao Ministério da Saúde. Os agentes de saúde não podem ser coniventes com os danos que este produto pode vir a causar em pessoas desavisadas.

Para tentar esclarecer melhor sobre o assunto, segue abaixo algumas dúvidas mais comuns dos profissionais cabeleireiros, enviadas à redação da Cabeleireiros.com.


O que é formol e porque as escovas progressivas com ele são condenadas?

O formol ou formaldeído é uma substância utilizada para a conservação de outras substâncias e até de tecidos, utilizado principalmente em biópsias para impedir a degradação antes da análise. Por ser facilmente absorvido pelas mucosas pode ocasionar problemas sérios para a saúde da cliente e do profissional cabeleireiro. Por isso a condenação do uso de formol na escova progressiva. Além de causar danos à saúde, danifica a cutícula dos cabelos, que é a parte mais externa dos fios, e deixa o córtex, a parte interna, bastante vulnerável ao ressecamento e perda da cor.

Qual a quantidade de formol liberada pela Anvisa?

A quantidade é de 0,2%, com a função de conservante.

Comenta-se que algumas empresas estão conseguindo o registro de escova progressiva com uso de formol. Isto é verdadeiro?

Não. Algumas empresas utilizam o ácido fórmico somente para estabilizar o pH dos seus produtos, o que é permitido pela Anvisa. Acontece que alguns cabeleireiros, inescrupulosamente, misturam a estes produtos quantidades elevadas de formol, para atingir o objetivo de uma escova progressiva, o que se torna proibido pela Anvisa.

É verdade que o fio de cabelo pode ficar endurecido após várias aplicações?

Sim. O formol solubiliza óleos e, portanto, dissolve o cimento intercelular e a membrana celular que envolve as fibras de queratina tornando-as desprotegidas. A ausência desses componentes oleosos torna os cabelos endurecidos, sem maleabilidade e sem brilho.

Quem já usou produtos com formol, o que pode/deve fazer para recuperar a fibra?

O ideal é que sejam feitas diversas sessões de hidratação e que se utilize uma linha de manutenção rica em proteínas e ativos emolientes e condicionantes.

Como o consumidor pode se prevenir para não ser enganado quando for ao salão de beleza fazer escova progressiva?

O cheiro de formol é inconfundível e os olhos lacrimejam, a garganta e as narinas ficam irritadas e muitas pessoas começam a tossir. Sob a ação do calor, os vapores de formol se formam imediatamente e ocupam todo o espaço do salão.

Constatamos que em alguns salões pessoas estavam misturando formol, queratina e cremes e aplicando nas clientes. Qual sua opinião?

A cliente não deve permitir que isso aconteça, pois além dos perigos já citados, o formol forma um filme vítreo sobre o fio de cabelo e a proteína fica retida na superfície sendo responsável pelo brilho imediato, porém, logo nas primeiras lavadas esse filme é removido e, com ele, todos os nutrientes que estavam aprisionados no filme formado pelo formol, restando apenas as fibras de queratina totalmente desprotegidas.



Fique por dentro, profissional cabeleireiro, das recomendações da Anvisa:

Escova Progressiva, os Alisantes e o Formol

Escova progressiva é um método de alisamento capilar, e atual modismo, como foi a Escova Francesa, o Alisamento Japonês, a Escova Definitiva etc. Os métodos mudam de nome, mas significam a mesma coisa: alisamento de cabelo.

Os métodos não são registrados na Anvisa. Os produtos alisantes nestes métodos devem ser registrados e existem diversas marcas e tipos no mercado que atendem a esta exigência.

Aos desavisados freqüentadores de salões de beleza o que pode parecer uma solução milagrosa, para pôr fim aos cabelos crespos, para a saúde é uma grande ameaça. Em relação às denúncias envolvendo os riscos de alisantes clandestinos, produzidos a partir de concentrações elevadas de formol, principalmente no Rio de Janeiro, a Anvisa alerta sobre a necessidade de o consumidor tomar alguns cuidados básicos na escolha e uso desses produtos, considerados de risco potencial, por conter substâncias tóxicas que exigem controle rigoroso.

Quando o produto não é registrado, sua composição não foi avaliada e pode conter substâncias proibidas, ou de uso restrito, em condições e concentrações inadequadas, ou não permitidas, acarretando riscos à saúde da população.

O uso de formol, ácido fórmico, em alisantes capilares é proibido pela Anvisa, por ser prejudicial à saúde. Este ácido pode causar alergias, irritação aos olhos, vermelhidão, lacrimação e dermatites.

A Anvisa tem recebido inúmeras denúncias de casos ocorridos pelo uso indevido de alisantes, que causam sérios danos à saúde, como queimaduras no couro cabeludo, queda parcial ou total dos cabelos, lesões na córnea, problemas no trato respiratório e até morte por choque anafilático.

Salões de beleza e cabeleireiros inescrupulosos estão utilizando produtos irregulares, adulterados, acrescentando formol aos produtos prontos para o uso. Esta “manipulação” é inadequada e irregular.

O consumidor, usuário de serviços desses estabelecimentos, deve ficar atento e procurar somente aqueles profissionais de sua confiança. Deve pedir todas as informações sobre o produto utilizado em seus cabelos. Lembre-se de que os alisantes têm algum cheiro, mas, o cheiro de formol é diferente por ser muito mais forte.


Os riscos do Formol:

Contato com a pele (couro cabeludo) - Tóxico. Causa irritação à pele, dor e queimaduras.

Contato com os olhos - Causa irritação, vermelhidão, dor, lacrimação e visão embaçada. Altas concentrações causam danos irreversíveis

Inalação - Pode causar câncer no aparelho respiratório. Pode causar dor de garganta, irritação do nariz, tosse, diminuição da freqüência respiratória, irritação e sensibilização do trato respiratório. Pode ainda causar graves ferimentos nas vias respiratórias, levando ao edema pulmonar e pneumonia. Fatal em altas concentrações.

Exposição crônica - A freqüente ou prolongada exposição pode causar hipersensibilidade, levando às dermatites. O contato repetido ou prolongado pode causar reação alérgica, debilitação da visão e aumento do fígado.

Fonte: Texto extraído do site da Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
www.anvisa.gov.br

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